“Seu corpo está pronto para a praia?” Parte de uma publicidade de produtos para emagrecimento, essa pergunta esteve espalhada em cartazes pelo metrô de Londres, em 2015. E o público feminino respondeu à altura, com protestos que ecoaram por aqui. Mas engana-se quem pensa que só as inglesas precisam lidar com essa questão em pleno século 21. Todo verão, as brasileiras enfrentam a mesma insegurança ao usar essas duas peças inofensivas.
A esmagadora maioria das mulheres que responderam à nossa pesquisa nacional afirmam não se sentir confiantes ao usar biquíni. Aliás, no Brasil, esse debate parece ser ainda mais importante. “A indústria do turismo vendeu a imagem do país do fio dental. Há uma forte tendência em achar que a praia é um lugar para confirmar que é bonita e está no padrão aceito”, relata a historiadora Denise Bernuzzi de Sant’anna, professora da PUC-SP e autora do livro História da Beleza no Brasil (editora Contexto).
Meu corpo real: leitora conta como superou a depressão
A notícia boa é que é normal ter uma relação saudável consigo mesma e, ainda, enfrentar inseguranças com o corpo. Isso explica por que, quando questionadas “você se acha bonita?”, mais de 75% das leitoras responderam que sim, apesar de indicarem várias insatisfações nas questões mais específicas. “O desconforto com o corpo não implica em ódio por ele e pode ser trabalhado com a busca pela autoaceitação”, diz a psicóloga Darlane Andrade, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
É o caso da Kareemi, São Paulo, de 36 anos, que largou o jornalismo e se especializou em desenvolvimento humano após perder um braço em um acidente há cinco anos. “Eu vivia pensando que se eu fosse mais magra seria mais bonita. Hoje eu entendo qual é o papel do nosso corpo: ser um instrumento de experiências e sensações. A consciência disso e a autoaceitação se tornaram muito maiores do que qualquer grilo meu com a aparência física”, conta.
Leia a pesquisa completa na edição de setembro da revista WH, disponível também na versão mobile, tanto para iOS (https://apple.co/2f8VgVm) quanto Android (https://bit.ly/2fNgfhw).